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Editorial: Persuasão do grito é nula

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O Dia

Discussões não são vencidas pelo tom da voz, mas pelos argumentos

Rio - Discussões não são vencidas pelo tom da voz, mas pelos argumentos. É possível falar baixo e ser incisivo. Analogicamente, quem berra não é ouvido. Mais do que sintetizar boas maneiras, as condutas acima resumem os alicerces dum diálogo inteligente. Que pode e deve ser usado nas passeatas — mas uma minoria vem insistindo na grosseria e na boçalidade, querendo ganhar o debate no esperneio. São as frequentes ações de vandalismo que nada contribuem para a causa — e estão angariando antipatia e medo, como O DIA mostra hoje.

Em junho, precisamente no dia 20, a multidão que lotou o Centro do Rio foi ouvida. A magnitude do ato foi tamanha que as vozes chegaram a todos os cantos do país. Quase dois meses depois, as passeatas já não arregimentam tanta gente — o que é um erro —, mas há os bravos que se dispõem a ocupar as ruas. Estão no pleno direito. A questão é que dentre eles saem mascarados que protagonizam confrontos e paralisam bairros inteiros.

Na semana que passou houve manifestação de vulto que não teve nem um embate sequer. Os professores, em greve desde o início do mês, foram até as sedes dos governos expor suas causas. Na paz, conquistaram a simpatia dos cariocas.

Também nesta semana houve drástico exemplo de como a violência aniquila o discurso: no então perturbado Egito, tropas do governo massacraram partidários do presidente deposto, enterrando qualquer nesga de entendimento e jogando o país em tempos de incertezas. Para qual direção o movimento cívico do Brasil quer seguir?


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