Alessandra Horto
Protesto reúne profissionais da Prefeitura do Rio e do governo do estadoRio - Os professores das redes estadual e municipal promovem hoje ato unificado, a partir das 11h, do Leme até o Forte de Copacabana. O ato “Contra a repressão, passeata da educação” quer chamar a atenção da sociedade para os principais pontos da greve.
Cientes que poderiam ganhar mais, mesmo tendo um dos melhores vencimentos iniciais em comparação com outros estados ou capitais, os profissionais de ensino querem melhores condições de trabalho. Além de levar benefícios conquistados na atividade para a aposentadoria.
A coordenadora do Sepe, Ivanete Conceição da Silva, admite que os salários recebidos pelos docentes do Estado do Rio e do município não são os piores do país. Contudo, ela argumenta que os professores deveriam ganhar mais, na medida que a arrecadação da capital e do governo é robusta e há folga no orçamento para destinar mais verbas para a Educação.
“Os professores têm que receber, como vencimento inicial, pelo menos cinco salários mínimos (R$ 3.390) e os profissionais de apoio, 3,5 salários (R$ 2.373)”, ressalta a coordenadora. Ela explica que outra causa das greves nas duas redes é acabar com os chamados penduricalhos, que são as gratificações e outros tipos de adicionais que deixam de ser pagos quando o docente se aposenta. “No momento que ele mais precisa, o professor perde os benefícios e é obrigado a viver com menos dinheiro”.
A coordenadora explica que os 19% de aumento exigidos na rede municipal correspondem ao aumento da receita da Prefeitura do Rio nos últimos 12 meses. “Cada vez que a receita aumentar, o funcionalismo tem que ter o seu vencimento reajustado na mesma proporção”, disse Ivanete Conceição da Silva.
O sistema de meritocracia também tem que ser revisto, segundo a coordenadora. Ela argumenta que as metas são traçadas sem que as esferas conheçam a realidade da sala de aula e dos seus alunos.
Exemplos de pisos estaduais
Segundo a Secretaria Estadual de Educação, o valor da hora/aula (que equivale a 50 minutos) é de R$ 16,90. De acordo com a pasta, é a maior do país. A hora/aula nacional é de R$ 9,70. Um professor de 40 semanais no estado que menos recebe, tem vencimento de R$ 2.704.
Em São Paulo, o piso de 40h semanais é de R$ 1.803,92. No Distrito Federal, o piso da categoria para a mesma carga horária é de R$ 1.820,63.
O Rio Grande do Sul tem piso estadual de 40h semanais de R$ 977,05. Acordo garante que os docentes recebam complemento para que o salário alcance o valor do piso nacional, de R$ 1.567.
No Acre, pela carga horária de 30 horas semanais, o piso é de R$ 1.567. O estado do Ceará paga o valor do piso nacional para os seus docentes. No Mato Grosso do Sul, o piso é R$ R$ 1.810.