O Dia
Consumo do alimento pela grávida produz nutriente que ajuda no crescimento do bebêRio - Amamentar é a melhor forma de nutrir o recém-nascido, mas a qualidade do leite depende da alimentação da mãe. Pesquisa da Universidade de São Paulo identificou baixos níveis de DHA no leite materno de brasileiras. A substância é fundamental no desenvolvimento do bebê. O principal motivo da deficiência é o baixo consumo de peixe.
O levantamento foi feito com 47 mulheres de Ribeirão Preto (São Paulo), entre 18 e 35 anos. A coleta do leite aconteceu antes do desjejum delas. O teor de DHA por amostra foi de 0,09%, um dos menores registrados no mundo. O índice é igual ao de locais como Índia e região rural da África do Sul. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda um índice mínimo de 0,3%.
Levantamentos semelhantes mostram que a quantidade de DHA é maior entre as mães que moram em regiões litorâneas, onde o consumo de peixe é mais frequente. No Rio de Janeiro, por exemplo, o índice chega a 0,3%, o valor considerado ideal pela OMS.
Mário Cícero Falcão, pediatra e nutrólogo da Faculdade de Medicina da USP, explica que a substância é fundamental para o desenvolvimento do sistema nervoso e da retina do bebê. “O baixo índice de DHA é muito preocupante e pode refletir em déficit neurológico e visual”, disse.
O pediatra explica ainda que a ingestão de peixes de água fria, como salmão, é fundamental para produção de DHA “O corpo não produz a substância por conta própria e o consumo de peixe é o principal estímulo”, disse, acrescentando que a alga que o peixe de água fria ingere é rica em DHA “Por isso o consumo desse alimento é importante desde antes da gestação”.
Salmão, sardinha e bacalhau
Gestantes devem ingerir 200mg por dia de DHA. Uma porção de 100 gramas de salmão contém 1,4 mil mg da substância. Gema de ovo contém 30 mg e coxa de frango, apenas 1 mg.
“O salmão é o alimento mais indicado, seguido de sardinha e bacalhau. Peixes que não são de água fria têm pouco DHA”, afirma Mário.
Uma alternativa aos pescados são as cápsulas com DHA sintético, vendidas em farmácias. A cartela com 30 comprimidos custa entre R$ 30 e R$ 90 e dura um mês. A mulher deve tomar uma unidade por dia, na gestação e amamentação.