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PM dialoga com manifestantes no Leblon

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Flavio Araújo

Polícia decide usar nova tática e reúne ativistas em debate na rua de Sérgio Cabral

Rio - A Polícia Militar decidiu adotar uma nova tática nas manifestações pela cidade. Nesta quinta-feira, durante o protesto de ativistas na Rua Aristides Espínola, onde mora o governador Ségio Cabral, no Leblon, Zona Sul do Rio, 200 policiais entraram no meio do protesto e iniciaram um debate com os cerca de 200 manifestantes que estão no local. Os PMs, de vários batalhões, estão identificados por um código de numeração e letras nos coletes e bonés.

Quando os policiais chegaram, foram recebidos com gritos de "Onde está o Amarildo?", em referência ao pedreiro Amarildo de Souza, sumido da Favela da Rocinha quando foi levado por PMs da UPP até a base do local. Um movimento na Internet chamado #OPAmarildo, juntou roupas, brinquedos e 10 cestas básicas para a família dele. Ninguém quis se identificar, mas todos vão levar os suprimentos para a família de Amarildo na Rocinha ao fim da manifestação.

Segundo o tenente Batista, que comanda a operação, o objetivo da polícia é reprimir atos de vandalismo e não interfirir na manifestação, além de evitar a ação de PMs infiltrados e não identificados. Neste momento, o protesto parou e os ativistas conversam com os policiais perto da Praia do Leblon.

"A polícia está se adaptando e usou uma experiência que já tem em eventos culturais e esportivos com multidões nestas manifestações políticas. A ideia é trabalhar próximo aos manifestantes para previnir que as pessoas se utilizem de atos de violência ou vandalismo. Nossa ação visa garantir inclusive, o direito de manifestação de quem está aqui com o objetivo de violência", disse o tenente-coronel Mauro Andrade, do Estado-Maior.

Em relação aos códigos, Andrade afirmou que a população pode identificar os policiais facilmente. "São várias batalhões, e há vários soldados, cabos em manifestações. Aqui só tem um oficial chamado A14 ou B16. Dessa forma, está garantida a identificação do policial".

Os PMs estão revistando mochilas de todos os presentes, incluindo a imprensa. O clima é de tranquilidade no local. Veículos que chegam da Av. Niemeyer ao Leblon são desviados pela Rua Visconde de Albuquerque. Operadores da CET-Rio orientam o tráfego na região que apresenta retenções.

Rua de Cabral foi fechada

O trecho da via onde mora Cabral foi fechado entre a Orla e a Avenida General San Martin, onde a manifestação que pede a saída do governador, a desmilitarização da PM, contra a remoção da Aldeia Maracanã, entre outras demandas, acontece na tarde desta quinta-feira.

No local, estão policiais do 23º BPM (Leblon) e do Batalhão de Choque (BPChq). No momento, o clima é de tranquilidade. Policiais do Choque lancham pão com mortadela, enquanto agentes do serviço reservado (P2) bebem cerveja nas imediações.

Cabral atribui a Beltrame responsabilidade por ações da PM em protestos

O governador Sérgio Cabral falou, na manhã desta quinta-feira, do despreparo da Polícia Militar durante os protestos que vêm ocorrendo no Rio desde junho. "A PM e a Polícia Civil estão aprendendo com essas situações. Pode haver falhas que, ocorrendo, devem ser apuradas pela Corregedoria. Ninguém tem interesse de punir inocentes ou passar a mão na cabeça de ninguém", disse Cabral.

A afirmação foi feita a respeito da prisão do manifestante Bruno Ferreira, de 25 anos, que foi detido acusado de estar portando explosivos dentro da mochila. Contudo, vídeos comprovaram que o jovem era inocente e advogados ativistas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) conseguiram um habeas corpus para ele. O estudante chegou a ser preso e levado para o sistema penitenciário. Bruno foi detido na Rua Pinheiro Machado, na última segunda-feira, durante a manifestação que marcou a chegada do Papa à cidade.

Perguntado sobre a presença de PMs à paisana infiltrados nos protestos e sobre a existência de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) infiltrados, o governador disse que o assunto não é de sua competência e que a política de segurança no Rio cabe ao secretário José Mariano Beltrame, à Polícia Civil e à Polícia Militar.


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