O Dia
O anúncio da compra pelo Brasil de 36 caças Gripen da Suécia encerra uma longa discussão, que começou há 17 anos no governo tucano de Fernando Henrique Cardoso e prosseguiu na gestão do petista Luiz Inácio Lula da SilvaRio - O anúncio da compra pelo Brasil de 36 caças Gripen da Suécia encerra uma longa discussão, que começou há 17 anos no governo tucano de Fernando Henrique Cardoso e prosseguiu na gestão do petista Luiz Inácio Lula da Silva. E traz um alívio para o sistema de defesa do país. Começa, com isso, o governo Dilma Rousseff a pagar uma dívida com os militares, que é o reaparelhamento da sua frota, já obsoleta e em vias de se aposentar no fim deste ano. Mas os maiores beneficiários são a Nação e a população brasileira, que vê consolidar-se o tão almejado fortalecimento do patrulhamento em suas fronteiras. A compra dos caças também é auspiciosa num momento em que o país expande sua capacidade de produção de petróleo em águas profundas com o pré-sal, e a vigilância além-mar passa a ser prioridade nacional.
Há de se comemorar também a condição em que o contrato com a empresa sueca foi fechado. Mais do que questões políticas, na briga entre a americana Boeing e a francesa Dassault, que também concorriam com suas aeronaves, prevaleceram os critérios técnicos no fechamento do negócio. Num custo previsto inicialmente de cerca de US$ 7 bilhões, as aeronaves serão adquiridas por US$ 4,5 bilhões, gerando substancial economia aos cofres públicos. E, melhor ainda, no acordo de compra, haverá transferência de tecnologia do projeto, com os caças suecos sendo produzidos conjuntamente com a brasileira Embraer.
Nas entrelinhas, a preferência pela Suécia não deixa de ser mais uma alfinetada nos Estados Unidos, por conta da espionagem, e um pito na França, que vem atrasando a construção dos igualmente vitais submarinos, em Itajaí.
O que se espera é que a aquisição dos 36 caças da Aeronáutica, que se juntarão aos submarinos nucleares, abra caminho para reequipar a Força Militar em outros setores por terra. Um país, como o Brasil, de dimensões continentais, não pode descuidar de áreas tão cruciais, que são as suas fronteiras.