O Dia
A avaliação da aprendizagem nas escolas brasileiras pelo Exame Nacional do Ensino Médio de 2012 aponta para uma melhora geral nas médias, 19 pontos acima, de todos os estudantes, o que é um alento. Mas ainda é poucoRio - A avaliação da aprendizagem nas escolas brasileiras pelo Exame Nacional do Ensino Médio de 2012 aponta para uma melhora geral nas médias, 19 pontos acima, de todos os estudantes, o que é um alento. Mas ainda é pouco. De novo, as instituições particulares ficaram no topo e as públicas na rabeira da lista, com raras exceções. Entre as campeãs do Rio de Janeiro em Redação figura o Colégio São Bento, que quebra longa tradição ao anunciar que aceitará meninas em suas salas, como detalha hoje O DIA. O bom desempenho das escolas particulares do Rio é motivo de orgulho para pais e educadores cariocas e fluminenses. Mas também de frustração para outra faixa expressiva da população mais pobre ao não poder oferecer o mesmo a seus filhos.
Ao expor a excelência do aprendizado na elite do estudo pago, o resultado do Enem mostra também o tamanho do desafio de governos em promover educação de qualidade na rede gratuita. O Enem aponta muito mais deficiências do que avanços nessa direção. Traz a fria constatação de que alunos mais pobres, em sua maioria esmagadora, não têm as mesmas chances dos mais ricos em escolas públicas em períodos basilares do aprendizado, que são os ensinos Fundamental e Médio.
Mas nem tudo está perdido, e o próprio termômetro do setor, o Enem, é prova disso. Torna transparentes erros e acertos e pode apontar o caminho para o desenvolvimento de políticas públicas para a melhoria do ensino. Num momento em que o Congresso acena com cifras bilionárias à Educação — salvo não escoar pelos ralos da corrupção —, o alto investimento pode dar início ao fim das desigualdades no país, que começam na escola.