Seleções sem entrosamento fora de campo

Rodrigo Stafford

Rio - Maior vencedor em Copas do Mundo, o Brasil faz bonito também em Mundiais Sub-20. São cinco títulos, um a menos do que a Argentina. No entanto, a sonhada integração entre as seleções principal e de base está longe de acontecer. Desde 2003, apenas dois jogadores brasileiros que entraram em campo pela competição sub-20 também disputaram uma Copa do Mundo. Sinal de que a CBF terá muito trabalho para promover uma melhor integração entre as seleções.

Espanha e Argentina podem servir como um bom modelo para a nossa Seleção. Os espanhóis, assim como o Brasil, participaram dos cinco últimos Mundiais Sub-20 e levaram sete jogadores às Copas do Mundo, incluindo nomes como Fàbregas, Piqué e Iniesta, que foram campeões mundiais em 2010, na África do Sul. Na Argentina, também foram sete jogadores com experiência nas duas competições, entre eles estrelas como Messi, Agüero, Di María, Mascherano e Tévez.

Com a camisa da seleção brasileira, apenas Daniel Alves e Nilmar tiveram esse privilégio. Muitas das revelações brasileiras nas categorias de base não conseguiram se firmar. Dudu Cearense foi o segundo melhor jogador do campeonato de 2003 e depois de uma longa passagem no futebol russo voltou ao Brasil, mas sem brilho em suas atuações por Atlético-MG e Goiás, seu clube atual.

Já Henrique fez barba, cabelo e bigode no Mundial de 2011. Foi campeão, artilheiro e melhor jogador da competição, mas, aos 22 anos, ainda busca um lugar ao sol no Botafogo, após passagens sem brilho por São Paulo, Granada (Espanha) e Sport.

No Mundial deste ano, a Seleção nem sequer conseguiu a classificação e Alexandre Gallo foi chamado para arrumar a casa. Os elogios do presidente da CBF, José Maria Marin, indicam que ele está agradando. Pelo menos até começar o próximo torneio oficial.