Vania Cunha
Jovens também protestaram em frente à estação das barcas, em NiteróiRio - Manifestantes inovaram nesta sexta-feira na Barra da Tijuca e no Recreio dos Bandeirantes. Ao invés de caminharem pelas ruas para pedir mais segurança nos bairros, o protesto foi em forma de carreata e parou o trânsito no fim da tarde.
Motoristas enfrentaram mais de cinco quilômetros de congestionamento por toda a Avenida das Américas, e também em trechos da Ayrton Senna, vias principais da região. As reivindicações também se espalharam pelo Centro do Rio e Niterói.
Um protesto em frente à estação das barcas na Praça Arariboia, em Niterói, programado para reivindicar melhores serviços na travessia Rio-Niterói reuniu poucos manifestantes no início da noite. Policiais fecharam uma rua no Centro do Rio e fizeram cerco ao Consulado Americano após boatos de que haveria manifestação no local.
Na Barra e no Recreio, manifestantes em cerca de 30 carros participaram do ato, levando bandeiras e faixas. Um carro de som guiou o grupo, com um manifestante dizendo palavras de ordem. A carreata foi pacífica e acompanhada por policiais militares e agentes da Cet-Rio de perto.
Pontos de ônibus cheios
Os pontos de ônibus ficaram lotados de pessoas que saíam do trabalho, mas não conseguiam voltar para casa devido aos problemas no trânsito. Como uma das pistas da Avenida das Américas estava interditada pelo protesto, muitos passageiros desceram dos coletivos e percorreram trechos a pé.
“Fazer isso numa sexta-feira à noite não chama a atenção dos políticos, só prejudica os trabalhadores”, analisou a doméstica Rita de Cassia da Silva Rodrigues, de 43 anos, depois de andar quase 500 metros. Após percorrer a principal via da Barra, o protesto seguiu para o Recreio, onde dispersou por volta de 19h.
Protesto na Estação das Barcas reúne apenas 30
Aproximadamente 30 manifestantes, alguns com cartazes e gritando palavras de ordem, se reuniram, na tarde de ontem, em frente à Praça Arariboia, em Niterói, pedindo ao Governo do Estado o fim do que eles chamam de monopólio do sistema de transporte na cidade. Não houve tumulto. Mas o policiamento foi reforçado na região durante o protesto, que durou cerca de duas horas.
O jornalista Bernardo Seabra, 28 anos, um dos organizadores do ato, acha que o pouco número de manifestantes ocorreu devido a outros protestos que aconteceram no Rio no mesmo horário. Segundo ele, o encontro foi marcado pela internet.
“O governo não pode beneficiar apenas uma empresa. A mesma que cuida das barcas é a que administra a ponte Rio-Niterói. As barcas, por exemplo, estão em condições ruins e o governo se omite de mudar essa situação. Isso tem que mudar”, afirmou ele.
Um dos jovens protestou arrancando risos de passageiros que tentavam embarcar nas barcas. Ele levou um helicóptero de controle remoto, numa ironia ao governador Sérgio Cabral, que está sendo investigado pelo Ministério Público por suspeita de uso abusivo de aeronaves oficiais. No brinquedo do manifestante estava escrito “Vai voando”.
Segurança reforçada
O policiamento em frente ao Consulado dos Estados Unidos, na Avenida Presidente Wilson, Centro, ficou reforçado durante toda a tarde desta sexta.
O motivo foi a informação de que haveria um protesto organizado por grupos contrários ao esquema de espionagem do governo americano. Policiais do 5º BPM (Praça da Harmonia) fizeram um cinturão de segurança e isolaram trecho da avenida em frente ao Consulado. O trânsito ficou tumultuado e o aparato policial assustou pessoas que ali passavam.
Colaboraram Amanda Raiter e Marcos Galvão