O Dia
Quase 300 mil litros do produto contaminado foram embalados com as marcas Parmalat e Líder. Lote foi recolhidoRio Grande do Sul - Agentes do Ministério Público e policiais civis do Rio Grande do Sul prenderam na manhã de ontem em Condor (RS) Odir Pedro Zamadei, dono do posto de resfriamento do Laticínios O Rei do Sul, suspeito de adulteração do produto. Segundo os promotores do MP, ele acrescentava água, ureia e formol ao leite enviado a empresas de beneficiamento.
A Operação ‘Leite Compen$ado 4’ foi deflagrada depois da constatação de que pelo menos 299 mil litros de leite adulterados foram embalados com as marcas Parmalat e Líder, em São Paulo e no Paraná. Em nota divulgada na tarde de ontem, a LBR Lácteos Brasil SA, responsável pelas duas marcas, informou que o leite contaminado já foi recolhido.
A investigação começou em fevereiro, quando o MP gaúcho recebeu do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento aviso de que 12 amostras de leite cru coletadas no posto de Condor tinham formol. Parte do produto impróprio foi entregue à LBR, que enviou 100 mil litros para a unidade de Guaratinguetá (SP) e 199 mil para a de Lobato (PR).
Segundo a investigação, o leite enviado a São Paulo foi embalado com a marca Parmalat, e o que foi ao Paraná, ganhou selo da Líder. Ontem, o promotor de Justiça Mauro Rockenbach, em nota, afirmou suspeitar que o produto tenha sido enviado a outros estados para escapar da fiscalização.
A Operação ‘Leite Compen$ado 4’ foi deflagrada em maio, quando promotores e policiais concluíram que cinco empresas de transporte de leite adicionavam ao produto cru uma substância semelhante à ureia, que tem formol. Em seguida, o leite era entregue a indústrias.
Na nota que divulgou ontem, a LBR Lácteos Brasil alega que tomou conhecimento da “possível contaminação” em 10 de fevereiro e que, logo em seguida, recolheu todos os lotes. Segundo a empresa, o leite foi submetido a testes e não foram detectadas anormalidades.