Edsel Britto e Rafael Paiva
Os dois intérpretes de Salgueiro e Mociedade fazem a prévia do clássico Vovô, que acontece neste domingoRio - Se Clássico é para ser ganho nem que seja no grito, dois intérpretes acostumados a conduzir no gogó a galera na Sapucaí dão o tom do duelo mais antigo do Campeonato Carioca. Apaixonados por futebol e samba, Quinho, do Salgueiro, e Bruno Ribas, que retorna este ano à Mocidade, aquecem as turbinas na reta final de preparação para o maior espetáculo da terra, o Carnaval, e contam as horas para o duelo entre Fluminense e Botafogo, neste domingo, às 16h, no Maracanã.
Parafraseando o grito de Bruno Ribas, o Flu, com 22 pontos, “entra em cena” amparado na volta por cima de um carrasco do Botafogo. Otimista, o intérprete manda o recado: “Fred, taca fogo, meu querido”. Dando de ombros para o fato de o Alvinegro escalar time reserva, Quinho quer ver seu time arrepiando e marcando gols para manter a ponta da tabela. “Ai, que lindo. Todos os jogadores que estão lá são capazes”, emendou.
Quinho (a direita) e Bruno Ribas (a esquerda) são fanáticos por Botafogo e Fluminense%2C respectivamente.
Foto: André Mourão / Agência O Dia
A paixão pelo futebol vem de berço, como o samba. Bruno, 38 anos, virou tricolor por influência do pai e há 10 ingressou no mundo fechado do Carnaval, com apoio de Neguinho da Beija-Flor e do próprio Quinho. A amizade tem mais de uma década. Quinho, de 56 (32 só de avenida) refere-se ao amigo com o mesmo carinho com que lembra do início de seu amor pelo Glorioso.
“Minha família é toda vascaína, e a primeira vez que eu fui ao Maracanã foi em 1968, para ver um Vasco x Botafogo. O Fogão encaçapou o Vasco e, depois disso, eu me apaixonei pela estrela solitária, de Gérson e Jairzinho”, lembrou.
Sem provocações — a amizade entre eles é maior que qualquer diferença —, Quinho e Bruno esperam que o clássico seja de paz e amor, sem brigas. Mas cada um puxa a sardinha para o seu lado e aumenta o tom de voz para falar sobre quem merece vencer.
“Essa estrela me faz sofrer demais. Mas hoje é ir para dentro e continuar vivo no Carioca”, diz Quinho. Com respeito, Bruno emenda. “Falta amor ao próximo. Futebol é brincadeira sadia, mas é vencer e saber perder”, decreta. Agora é só colocar a escola na avenida e ver quem vai sambar.