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Editorial: Kiss: o Brasil ainda não aprendeu a lição

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O Dia

A regulação está aí há anos, mas fora sistematicamente ignorada de todas as formas

Rio - Há um ano, a boate Kiss ardia em chamas e acabava com a vida de duas centenas de jovens. Consequência de somatório de falhas grotescas e de uma legislação ignorada, a tragédia de Santa Maria detonou nas semanas seguintes uma devassa em todas as casas noturnas do país. No Rio, causou desconforto a extensa lista de estabelecimentos em desacordo com as normas mais elementares de segurança. Já neste 2014, quando a cidade gaúcha começa a superar o luto, nova rodada de inspeções nos estabelecimentos cariocas voltou a apontar erros básicos no controle de tragédias. De positivo nesta história, apenas o compromisso do Procon em proteger o consumidor.

Leis não mudaram da noite para o dia. A ‘caça às bruxas’ de 2013 reforçara a velha política de agir depois do acontecido, numa absurda falta de proatividade. A regulação está aí há anos, mas fora sistematicamente ignorada de todas as formas: pelas casas, que em sua maioria parecem ignorar as precauções, e pelas autoridades, que se acanhavam na vigilância. Irregularidades, quando notadas, acabavam em multas irrisórias e se diluíam em burocracia ineficaz.

No que problemas voltam a ser detectados, o governo reage com interdições, totais ou parciais. Está mais do que certo. O Rio, como principal destino turístico e polo permanente de programação noturna, jamais poderia permitir riscos nos estabelecimentos. Já era mais do que hora de fazer valer a lei. Espantam a reincidência em casas antigas e a desobediência em lugares novos, como se a adequação à lei fosse uma reles questão de momento, a ser ‘esquecida’.

A medida de fato é impopularíssima, pois desagrada a clientes e a empresários. Um número significativo de casas teve ou tem de fazer adaptações de vulto para funcionar. Isso pode significar um desastroso fechamento demorado. Felizmente o Estado está firme na postura rigorosa, pouco afeito a contentar-se com ‘termos de ajustamento’, que baseiam em muitas promessas e pouca ação.


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