Francisco Edson Alves
Alerj os convocará novamente para explicar morte de recrutaRio - A Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia da Assembleia Legislativa do Rio vai convocar os cinco instrutores da Polícia Militar que estão sendo investigados pela morte do recruta da corporação Paulo Aparecido Santos de Lima, de 27 anos, no dia 12, no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP). Convidados, eles não compareceram ontem à audiência na Alerj.
“Como eles (quatro tenentes e um capitão, todos já transferidos do CFAP) não atenderam ao nosso convite para se explicarem, agora serão convocados para a próxima semana”, adiantou o presidente da comissão, deputado Iranildo Campos (PSD). Os oficiais são acusados de, supostamente, aplicar exercícios em excesso à tropa, conhecidos como trote.
Representantes da PM estiveram com deputados nesta quinta na Alerj
Foto: Divulgação
Paulo Aparecido morreu no Hospital Central da PM com insolação aguda e queimaduras graves nas mãos e nádegas. No dia 12, outros 33 recrutas foram atendidos na enfermaria do CFAP.
Nesta quinta-feira foram ouvidos o comandante geral do CFAP, coronel Nélio Monteiro; o diretor do HCPM, Armando Carreiro, e o diretor de Ensino e Instrução, coronel Antônio Carballo. As denúncias de abusos no CFAP são alvo de dois Inquéritos Policiais Militares (IPM). Carballo disse ter conhecimento que “trotes ainda existem no CFAP”.
Nesta quinta também foram protocolados três projetos de lei na Alerj: o que determina que todos os órgãos de instruções do estado tenham postos médicos; para que o estado conceda pensão mensal e vitalícia à família de Paulo Aparecido, equiparada ao soldo e gratificações na graduação de 3º sargento, e o que dispõe sobre regras para a aplicação de treinamentos físicos de servidores civis e militares. Os dois primeiros são de autoria de Iranildo e Flávio Bolsonaro (PP), e o outro, de Marcelo Freixo e Paulo Ramos, ambos do Psol.