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Hospital Salgado Filho em estado terminal

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Francisco Edson Alves

Cremerj propõe que emergência de hospital no Méier não receba mais pacientes até ampliar capacidade de atendimento

Rio - O Conselho Regional de Medicina (Cremerj) quer, entre outras medidas, que o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, feche as portas da Emergência e não receba mais doentes até que problemas como excesso de pacientes e falta de médicos na instituição sejam sanados. A polêmica proposta é uma da várias sugestões que o conselho vai apresentar ao secretário municipal de Saúde, Hans Dohmann, depois que membros do corpo clínico da unidade e representantes da entidade diagnosticaram a “situação caótica em que que se encontra o hospital”.

“É preciso contratar imediatamente médicos para todas as especialidades, criar leitos para reduzir a superlotação, melhorar os salários e promover concurso público com remuneração digna. Denunciamos tudo isso ao Ministério Público, à Delegacia do Consumidor e a outros órgãos. Os médicos não podem ser responsabilizados por esse descaso, e a população merece atendimento de qualidade”, afirmou o presidente do Cremerj, Sidnei Ferreira.

Na semana passada relatórios das últimas fiscalizações foram entregues a Dohmann. Ontem, o Cremerj constatou que na sala de repouso havia 31 pacientes masculinos para sete leitos e 20 femininos para outros sete, sem contar os que, em macas, aguardavam no corredor. Para piorar, a Unidade de Pacientes Graves (UPG) foi fechada. No espaço, passou a funcionar a sala vermelha, onde, ontem, havia 26 pacientes graves, 11 entubados. No setor só havia um clínico, quando deveria ter, no mínimo, três.

Referência em neurocirurgia, o Salgado Filho chegou a ter 20 neurocirurgiões. Porém, atualmente, há somente oito. “É um sucateamento insano”, disse Sidnei. O Sistema de Regulação de Vagas foi outro ponto duramente criticado pelos colegas, por encaminhar ao hospital pacientes fora do perfil.

Secretaria descarta fechamento

A Secretaria Municipal de Saúde informou, em nota, que está aberta a receber e debater propostas que visemà melhoria da rede de atenção, mas que “não aceitará medidas arbitrárias que prejudiquem o atendimento, como o fechamento da emergência do Salgado Filho”.

“Embora aponte falta de profissionais na rede, o Cremerj não traz colaboração ou indicação de médicos para o preenchimento das vagas oferecidas pelo município, algumas com vencimentos que chegam a R$ 7.153 para uma carga horária semanal de 24 horas”, diz a nota.

A secretaria diz ter investido R$ 6 milhões em obras e equipamentos em hospitais e que há dois processos de contratação de profissionais em curso: um concurso público publicado em Diário Oficial e a contratação de médicos por prazo determinado.


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